Espero aquilo que nunca vem.
Esperanças internas me assaltam o pensamento,
Desarticulam meu funcionamento
E ando transbordado em pressa,
Sem saber de que.
Circulo a sala
E o tempo segue na cadencia
Da batida incessante:
Tum-tum-tum
Penso em algo que era pra ter feito,
Não fiz. Talvez não fosse importante.
Só quero lembrar o q’era
Que eu pensava há um segundo atrás,
Mas meu pensamento se perdeu num fio
E sigo esperando nem sei mais o que,
Será bom ou ruim, não sei.
Me encolho pra esquentar a barriga, mas
A boca do estomago mastiga
O frio pavoroso do mau presságio.
Espero passar, tenso, e não passa. Ando,
Circulando os passos que antes circulavam a sala,
Suspiro, respiro, transpiro
E lembro daquele primeiro lampejo esperançoso,
Donde estava o pensamento bom, de algo bom,
Que tinha pequena chance de acontecer pra mim,
Caso não me aconteça nada de ruim, antes.
Quem chegar primeiro fica.
Mas chegará alguém?
Penso e calculo um cálculo inútil
E me invento uma resposta
Que só morre no segundo seguinte
Quando já nem sei mais a pergunta.
E essa meada sem fio ou ponta
Me amarra no tempo
Sem registro ou referência
Que não seja o relógio
Me latejando o peito:
Tum-tum-tum...

2 comentários:
Claudio, gostei deste de uma forma especial,
lembrei-me de um tempo de reflexão, de momemtos...
mas deixe pra lá, o poema... bem acho que ficou bom, é que eu não compreendo muito isso, só sei dizer: bom ou ruim. não sei explicar o que o faz bom, mas analizu-o como se eu o estivesse feito, pois comigo sou duro, se fica uma bosta eu esqueço-os numa gaveta, mas este tá bom.
lemo-nos po aí.
kabullow
Fantástico texto!
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