domingo, novembro 28, 2004

ANCESTRAIS

Percebo agora que fui amado num tempo distante
Quando alguém que morria amou o seu filho
De forma tão forte que acabou por amar a mim,
Já que dentre os muitos filhos que vieram depois -
Frutos daquele filho, daquele homem e de outros filhos -
Um deles sou eu.

Naquele outro milênio, onde nem sei o que houve,
Um homem perpetuou seu amor e seus genes,
E cá estou, ainda desfrutando daquele amor eterno.
Então, percebo porque sou amado ao me olhar no espelho,
Pois eu, sem o ser, amo os meus, sem os ver,
E sem saber faço o mesmo que aquele homem.

Agora, sei que ele ainda está aqui,
Amando a mim e a meus filhos, que também são dele
E esse amor nos sustenta
Nos faz seguir amados
Como sempre fomos,
Como sempre seremos,
Graças aos olhos que há milênios
Se cruzam no espelho
Pra não se sentirem mais só.

3 comentários:

Anônimo disse...

às vezes penso comigo mesma se faço um comentário ou não, já que não vou falar a respeito da forma literária, etc, mas assim mesmo resolvi que sempre vou fazer comentários somente baseados no que sinto ao ler o que você escreve, e "Ancestrais" achei tão lindo que me emocionou. bjs da sua comadre.

Anônimo disse...

A unica herança que nos enriquece, o amor.
Fantástico este poema!

Anônimo disse...

Cláudio,
Ancestrais é um de teus trabalhos de que gosto por demais,sensível, humano e muito espiritual.
Beijos...
Saudade de ti Poeta!, mas virei aqui sempre.
Pupila(Maísa)