sexta-feira, fevereiro 11, 2005

PALAVRAS AO VENTO


Antes que o tom das velhas palavras retornem
Quero entornar esta gota de felicidade
E, sem me limitar a dizer a verdade,
Mentirei a mim mesmo,
Levando a alma um grito de ordem
Pra quando estiver ela quietinha,
Embriagada com minhas mentiras mesquinhas,
Eu poder furtar-lhe das dores que não são minhas
Fazendo com que nunca mais chore
Pelos que neste mundo sofrem.

Assim,
Não vou lamentar o dia decisivo,
Onde um comentário incisivo
Espantou aquele velho sorriso,
Tão presente naqueles que, em paz, agora dormem.

Antes mesmo que o verão acabe,
- talvez no fim dele eu me cale -
Espero regar as flores murchas,
Queimadas por consecutivos sois
De seguidas angustias.

E só, esquecendo este antigo lamento,
Pretendo sarar a mim e ao mundo do velho tormento,
Ser difamado por palavras tristes, perdidas ao vento,
Ao invés da biografia duma alegria fingida
Que, quem sabe um dia, poderia se fazer entre nós:
Eu e a vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudio,
Teu tom de vida em cada poema me fascina!
Que esta biografia seja só alegria.
beijos poéticos
Pupila