domingo, março 27, 2005

MÚSICA

Ouve o barulho que vem da janela,
Escuta cada grito, cada ruído, gemido,
Percebe o som do vento tranqüilo
E deixa ele varrer o estrondoso silêncio da solidão.

Abre os ouvidos pr’esse mundo desconhecido,
Que os olhos não vão tocar,
Mas os tímpanos gravarão em cada detalhe,
Sabendo ser cada um deles uma nota da melodia,
composta por sons de vidas
Trazidos no vento.

Então,
Seja na forma de tempestade ou de brisa,
Respira esse ar vívido
Deixa que te circule nas entranhas,
E quando jogar pra fora, respira alto.
Assim, junto da tua porção de gás carbônico,
Vai vir também um suspiro sinfônico
Que diluído num acorde harmônico,
Se perderá em algum compasso,
Eternamente tocado,
Pela silenciosa orquestra universal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudio,
Estes teus versos que orquestram o Universo,gritam a solidão na multidão de todos os olhares, Sugam cada compasso,cabe a nós ouví-los mas também dar-lhes a mão.
Assim Senti teus versos.
Beijos poéticos!
Saudade!