Há um líquido que me corre o fígado
Que me consome o sentido
Que me estraga os olhos e transfoma em belo
O feio homem em que me torno,
Quando entorno o perigo etéreo.
Há um líquido que me causa vício.
Que nas manhãs me traz suplício
E nas noites me abriga no alivio.
Há a causa do líquido em meu destino
Que me faz sair em desatino
Deixando os meus velhos passos como o de um menino
Que quer ir pra casa
Mas não sabe o caminho.
Há um líquido que me traz esperança
Que bebo por insegurança
E que se fosse sólido, alguém já dizia,
Eu comê-lo-ia.
Há um líquido que bebo na sexta
Ou em qualquer sobremesa
E só não bebo nas tetas porque nelas não o há.
Esse líquido não largo
E o copo em que habita eu hei de matar.
E é só na visse versa do final da conversa
Que eu sei: vou parar.
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