quinta-feira, agosto 26, 2004

BÊBADO, FAZENDO RIMA


Há um líquido que me corre o fígado
Que me consome o sentido
Que me estraga os olhos e transfoma em belo
O feio homem em que me torno,
Quando entorno o perigo etéreo.

Há um líquido que me causa vício.
Que nas manhãs me traz suplício
E nas noites me abriga no alivio.

Há a causa do líquido em meu destino
Que me faz sair em desatino
Deixando os meus velhos passos como o de um menino
Que quer ir pra casa
Mas não sabe o caminho.

Há um líquido que me traz esperança
Que bebo por insegurança
E que se fosse sólido, alguém já dizia,
Eu comê-lo-ia.

Há um líquido que bebo na sexta
Ou em qualquer sobremesa
E só não bebo nas tetas porque nelas não o há.

Esse líquido não largo
E o copo em que habita eu hei de matar.
E é só na visse versa do final da conversa
Que eu sei: vou parar.

Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.