A cara do velho é infestada de rugas,
De linhas turvas sobre a pele espessa
Que esconde a clareza de um homem que nunca existiu.
Transpira tristeza, a cara do velho,
e envergonha o menino
Que herdou o destino
Que o velho estragou.
Vê a mãe com fome,
O irmão sem sobrenome
E olha pro velho que com um sorriso amarelo
O olha nos olhos com uma cara de pai.
A cara do velho que mora na foto
Que o menino carrega,
Repleta de fungos
O assusta pro mundo em que, sabe ele, será só...
A cara do velho é infestada de rugas,
De linhas turvas sobre a pele espessa
Que esconde a clareza do homem que um dia partiu.
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