quinta-feira, agosto 05, 2004

CÍCLICA ROTINA

Horas passam e transformam-se
Nas décadas que antecedem
A ausência do eu.

Passam-se vidas em devaneios tolos
E sob o Sol corpos carregam outros.
São o hoje de um novo,
Que sobrevivendo a Lua,
Virá depois.

Registros do tempo que se perderão
Entre os grãos de terra que um dia
Cegaram os olhos que se defenderam
Com lágrimas e agora, olhos vencidos,
São ilhas de ossos cercadas por nada.

Dentro, onde já latejaram as artérias das idéias,
A carne enrolada que desferiu amores e invejas,
Se tornou o alimento de parasitas microscópicos...
Não menos microscópicos que o parasita anterior.

E no silêncio abafado por terra
A vida, transformada em milênios,
Segue embalada pela mesma melodia:
A cíclica rotina.
Sol e Lua. Noite e Dia. Carne e Parasitas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cláudio amei o seu blog, e os seus textos, não sabia que escrevias assim.
bjs

Anônimo disse...

Teu blog está mágico como tua poesia!
Parabéns...Será endereço certo de minhas visitas!
beijinhos
Pupila